Nas ruas quentes do Pedra 90, um embate que vai além da política habitual toma forma: Abílio Brunini, prefeito de Cuiabá, e Marcos Baiano, presidente eleito do bairro Pedra 90, protagonizam um duelo que reflete a crise de representatividade e a corrosão do diálogo democrático. Baiano, conhecido por sua liderança orgânica e vínculo profundo com a comunidade, tornou-se o símbolo de uma voz popular que clama por reconhecimento enquanto o prefeito parece desviar o olhar para suas prioridades centralizadas.
A situação é emblemática. O Baiano do Pedra 90, eleito pela vontade legítima dos moradores, questiona a ausência de diálogo e o descaso do prefeito. “Você foi eleito pelo povo e eu também! Mas você não respeita isso. O Pedra 90 não quer parceria de fachada, quer trabalho de verdade!”, afirmou Baiano durante uma reunião acalorada.
O discurso de Baiano, pontuado por críticas contundentes e um chamado à ação, expôs um bairro que luta contra o abandono: postos de saúde fechados, uma policlínica abarrotada e promessas de emendas que nunca saíram do papel. Enquanto isso, o prefeito, segundo os moradores, está mais ocupado “passeando em Cuiabá” do que enfrentando os desafios urgentes de quem mais precisa.
Não se trata apenas de uma rivalidade pessoal, mas de uma demonstração de como o poder pode ignorar as bases que o sustentam. Como bem pontuou Baiano, “O Pedra 90 é o melhor bairro de Cuiabá, mas não por causa da prefeitura, e sim por causa do povo que luta todos os dias.”
Neste embate, Baiano tornou-se o “Abílio do Abílio”: combativo, direto, e com muito mais legitimidade junto ao povo que representa. A comunidade observa, cansada de promessas vazias, exigindo que o respeito à democracia comece onde ela é mais palpável – no bairro, na periferia, na vida real.
O Pedra 90 não quer pedras, quer trabalho. E a mensagem ecoa em todo o município: Cuiabá, mais do que nunca, precisa de parceria e respeito para prosperar.
