
Pedro Taques, em sua verve incansável, dispara contra a política de segurança pública do governo Mauro Mendes com uma contundência digna de um filme noir. Mato Grosso, segundo ele, tornou-se uma terra sem lei, mais violenta até que o Rio de Janeiro em termos de homicídios. O crime organizado e as facções já não são mais figuras ocultas, mas protagonistas de um enredo de terror, onde cemitérios clandestinos e desaparecimentos inexplicáveis fazem parte do cenário cotidiano. Taques não poupa palavras: “A culpa não é de Brasília, nem das leis, mas do atual governo”, apontando a inércia do Estado diante de uma escalada de violência assustadora.
O discurso de Taques tem o tom de um aviso sombrio: Mato Grosso estaria à beira de um colapso, onde facções e milícias se entrelaçam num casamento macabro. Ele menciona casos aterradores – trabalhadores desaparecidos, comerciantes incendiados, uma artista de rap morta e jogada ao rio com concreto. A violência não escolhe vítimas, e o caos avança, engolindo bairros inteiros, onde a lei agora se resume a quem tem mais poder de fogo. O ex-governador sugere que a segurança pública perdeu o jogo, que a inação do governo transformou o Estado num palco de crimes sem respostas.
O que se vê é uma crítica feroz, carregada de indignação, mas também de um tom quase apocalíptico. Se o que Taques diz for verdade, Mato Grosso está à deriva, como um barco sem capitão, entregue ao destino que o crime organizado quiser impor. E se não for? Bem, então é um jogo político cruel, onde o medo e a insegurança viram moeda de troca. Mas uma coisa é certa: enquanto os discursos se inflamam, a violência continua seu espetáculo diário, sem pedir licença para ninguém.
Credito Cidade Verde no Programa do jornalista Onofre Júnior