Xuxu Dalmolin: Suplente de Mandato, Titular da Inconveniência



Em uma terra de gigantes do agronegócio e personagens políticos maiores que a vida, Xuxu Dalmolin emerge como um daqueles coadjuvantes que insistem em roubar a cena — mas de maneira errada. Ex-deputado estadual pela região de Sorriso, Dalmolin, hoje suplente, parece mais empenhado em tentar arrancar migalhas do palco da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do que em construir um legado digno de nota.

Desalojado pela vontade soberana das urnas, o ex-parlamentar vaga pelos corredores da política mato-grossense como um ator sem texto, ansioso por uma ponta de protagonismo. Insiste em se enrolar na bandeira do Brasil, como se o tecido verde e amarelo lhe conferisse a autoridade que o voto popular lhe negou. Na política, no entanto, símbolos patrióticos sem substância são como figurinos sem personagem: não convencem ninguém.

Foi chamado de “chato” e “inconveniente” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — uma façanha considerável para quem se autoproclama seguidor fervoroso do líder da direita brasileira. Mas, convenhamos, oportunistas políticos raramente entendem os limites do seu teatro. Para Dalmolin, a política parece ser mais um desfile de modas do que uma arena de ideias; um eterno caroneiro nos projetos dos outros, ele troca de bandeira como quem troca de camisa, sem compreender a densidade histórica e sociológica das lutas que tenta parasitar.

O oportunismo tem uma regra básica: fingir pertinência. Mas Dalmolin tropeça até nisso. Onde chega, vira o “espalha-roda” que constrange aliados e afugenta possíveis apoiadores. Seu discurso raso, incapaz de aprofundar debates ou apresentar propostas sólidas, limita-se a chavões e gestos grandiloquentes que impressionam apenas os desavisados.

Política não é palco para quem busca atenção; é espaço para quem busca solução. Xuxu Dalmolin, em sua incessante tentativa de prolongar um protagonismo que nunca teve de fato, apenas reforça o arquétipo do político menor: aquele que é lembrado mais por suas trapalhadas do que por suas contribuições.

É triste, quase patético, ver um político que poderia ser uma voz importante para o interior de Mato Grosso se reduzir a um suplente de si mesmo. Afinal, em uma democracia, as urnas não apenas elegem; elas também ensinam. Mas, ao que parece, Dalmolin faltou à aula.

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