
O governador Mauro Mendes (União) parece seguir um caminho preocupante ao adotar um discurso de linha dura na segurança pública, ecoando os métodos polêmicos de seus pares Tarcísio de Freitas, em São Paulo, e Ronaldo Caiado, em Goiás.
O flerte com o populismo de direita, na velha fórmula de “tiro, porrada e bomba”, não apenas alimenta narrativas autoritárias, mas também representa um risco concreto para os direitos humanos e o devido processo legal.
A promessa de combater a criminalidade a qualquer custo, com operações policiais de impacto midiático, pode até angariar aplausos de setores mais conservadores da sociedade. No entanto, a história recente mostra os perigos desse modelo.
Em São Paulo, Tarcisio de Freitas perdeu o controle ao apostar nesse mesmo expediente, enfrentando duras críticas pela escalada de violência policial que vitimou inocentes e ampliou o sentimento de insegurança. Goiás, sob Ronaldo Caiado, não é muito diferente: operações ostensivas muitas vezes mascaram a falta de investimentos estruturais e estratégicos em segurança.
Em Mato Grosso, Mauro corre o risco de repetir os mesmos erros, colocando a sociedade em um ciclo vicioso de violência. A repressão indiscriminada, longe de resolver a criminalidade, tende a agravar as tensões sociais, marginalizar ainda mais populações vulneráveis e ferir gravemente os princípios democráticos.
Mauro Mendes, reflita: segurança pública não é palco para bravatas ideológicas. Não há vitória na guerra contra o crime quando o maior derrotado é o próprio cidadão.