
O tempo passou, os milhões foram pagos, mas o BRT segue patinando na letargia de sempre. Na manhã desta quinta-feira (30), o presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT), Sérgio Ricardo, acompanhado pelo conselheiro Guilherme Maluf e por um corpo técnico da Corte de Contas, desceu até o canteiro de obras para um diagnóstico in loco do projeto. E o que encontrou? Uma novela de promessas não cumpridas, lentidão digna de filme em câmera lenta e um consórcio que já não tem mais condições de seguir no contrato.
Com a objetividade de quem não tem tempo a perder, Sérgio Ricardo não deixou margem para interpretações: sugeriu ao governador Mauro Mendes (UB) que rescinda o contrato com o Consórcio BRT. Simples assim. Para bom entendedor, meia palavra basta. O TCE, segundo o conselheiro, está pronto para auxiliar o Governo do Estado na busca por uma solução mais eficiente para um problema que se arrasta há anos.

Guilherme Maluf, que acompanhou a vistoria técnica, reforçou a necessidade de rigor na fiscalização do andamento das obras e destacou que o Tribunal tem acompanhado de perto a execução do projeto para garantir que os recursos públicos sejam bem empregados.
E não é para menos. O BRT nasceu como promessa de mobilidade ágil e eficiente para Cuiabá e Várzea Grande, mas virou um daqueles projetos que se tornam reféns de burocracia, embromação e, claro, da boa e velha ineficiência. Para o Tribunal de Contas, continuar desse jeito é jogar dinheiro público no ralo.
A declaração de Sérgio Ricardo, endossada por Guilherme Maluf, é um daqueles recados curtos e diretos que ecoam nos bastidores políticos. Se o governador Mauro Mendes vai seguir a recomendação e romper o contrato, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: se o BRT continuar nesse ritmo, o único transporte rápido que restará aos cuiabanos será a paciência – e essa já está esgotada há tempos.