O ex-governador de Mato Grosso, Pedro Taques, fez duras críticas à gestão do atual governador Mauro Mendes, afirmando que o Estado perdeu a guerra contra o crime organizado. Em um discurso contundente, Taques comparou a situação da segurança pública em Mato Grosso com cenários de violência extrema vistos na Colômbia de Pablo Escobar e no México de El Chapo, além de sugerir que a criminalidade no Estado já supera até mesmo o Rio de Janeiro, onde milícias e facções dominam comunidades inteiras.
A fala de Taques veio em reação a uma reportagem do jornal A Gazeta, que destacou o aumento alarmante de homicídios no Estado. Segundo a publicação, somente neste ano, 26 corpos foram encontrados em cemitérios clandestinos em Mato Grosso, um fenômeno associado ao avanço das facções criminosas. “Negros, pobres, trabalhadores, artistas estão sendo encontrados mortos e ninguém fala nada”, denunciou Taques.
O ex-governador ressaltou que a culpa não pode ser transferida para Brasília ou para as leis federais, como, segundo ele, tem feito o governo estadual. “A incompetência da política de segurança do governo é evidente. O Estado perdeu para as facções e não adianta terceirizar o problema”, disparou.
Embora tenha reconhecido o trabalho das forças de segurança, como a Polícia Militar, a Polícia Judiciária Civil e a Politec, Taques afirmou que o governo estadual falha ao não reforçar o efetivo policial e investir em inteligência para combater o crime organizado. “O Estado não chama outros policiais, não tem efetivo, não tem inteligência policial”, criticou.
O cenário de violência em Mato Grosso tem gerado grande preocupação entre a população e especialistas em segurança pública. A descoberta de cemitérios clandestinos, onde vítimas do crime organizado são enterradas para dificultar investigações, é um dos indícios mais alarmantes da perda de controle do governo sobre a segurança pública.
A comparação com os países da América Latina mais afetados pelo narcotráfico e pela violência extrema é um alerta de que Mato Grosso pode estar se tornando um dos territórios mais perigosos do Brasil. A crise na segurança pública será, sem dúvida, um dos principais temas para o debate político nos próximos meses, à medida que a pressão por respostas concretas do governo estadual aumenta.
