O secretário-adjunto da Limpurb e parente do prefeito Abílio Brunini, Carlos Ivan Rastelli de Oliveira, foi acusado pela ex-namorada, Glenda Pereira Garcia, de uma série de crimes graves, incluindo estelionato, ameaça e violência psicológica. Em boletim de ocorrência registrado no dia 5 de julho de 2022, na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Glenda relata ter sido vítima de ameaças e extorsões entre os dias 29 e 30 de junho de 2022, além de ter transferido mais de R$ 110 mil ao então companheiro, sob promessas de devolução e de que investiriam juntos em um negócio. Segundo a vítima, as pressões e cobranças se transformaram em um ciclo de agressões verbais, intimidações e manipulações financeiras.
De acordo com o depoimento, Carlos Ivan usava de seu suposto prestígio político e influência na polícia para desestimular qualquer tentativa de denúncia. “Você sabe que quando me ameaçam, se dá mal”, teria dito ele durante uma das discussões. A vítima também revelou que, no dia 15 de junho de 2022, fez uma transferência de R$ 20 mil, e que, no final do mês, pressionada, vendeu um imóvel e repassou mais R$ 90 mil ao acusado, que depois passou a evitá-la, ameaçá-la e humilhá-la verbalmente, chamando-a de louca e dizendo que ela “iria se ferrar”. Glenda chegou a pedir medidas protetivas ainda em abril de 2022, mas as notificações judiciais não haviam sido formalizadas até o momento da nova denúncia.
O caso se torna ainda mais delicado pelo fato de Carlos Ivan ocupar um cargo público de confiança na administração municipal de Cuiabá, em uma secretaria diretamente ligada ao gabinete do prefeito. A denúncia, registrada com coleta biométrica e acompanhada de representação criminal, aponta um padrão de abuso de poder, assédio moral e exploração financeira dentro de uma relação íntima. O escândalo levanta questionamentos sobre os critérios adotados por Abílio Brunini para nomeações em sua gestão e coloca mais uma vez a Prefeitura de Cuiabá sob o foco de denúncias de nepotismo e conivência com condutas criminosas.
