
A recente fala do Procurador de Justiça Domingos Sávio repercutiu fortemente na mídia e na sociedade cuiabana e mato-grossense. E com razão. Sua análise sobre o Ministério Público de Mato Grosso foi certeira e necessária. Ele não precisou dizer de onde falava, mas quem mora neste pedaço sabe exatamente a quem suas palavras se referiam.
Parabenizo sua coragem e sua leitura correta da realidade. O que Domingos Sávio expôs não é novidade para ninguém, mas precisa ser dito – e dito por quem tem autoridade moral para falar. A crítica, claro, atinge diretamente aquele que todos sabem ser o bajulador de plantão, mas não para por aí.
O silêncio de muitos, especialmente de ex-Procuradores-Gerais de Justiça, é ainda mais vergonhoso do que o servilismo explícito de alguns. A omissão dessas figuras que um dia estiveram à frente da instituição dá a impressão de que, de alguma forma, foram ou ainda são beneficiados. Se não fosse isso, por que se calariam?
O Ministério Público não pode ser uma instituição “chapa branca”, refém dos interesses do momento. Sua função é clara: defender a sociedade, a ordem jurídica e a democracia, sempre com independência. E se há algo que precisa ser combatido, é essa cultura de submissão disfarçada de institucionalidade.
A fala de Domingos Sávio escancarou uma realidade incômoda para aqueles que preferem a zona de conforto. E, no fim, o maior perigo não está apenas nos bajuladores, mas nos que assistem a tudo calados, fingindo não ver.
Popó Pinheiro é Gestor Publico e Jornalista