
R$ 79,7 milhões. Esse é o valor do presente luxuoso que o Governo de Mato Grosso decidiu dar para a elite. Enquanto milhares de mato-grossenses enfrentam filas para atendimento médico, escolas caindo aos pedaços e a falta de moradia digna, o governador, em um surto de megalomania, resolve construir um “Complexo Cultural” no famigerado Parque Novo Mato Grosso, mais conhecido como o Parque dos Bilionários. Composto por dois museus, uma praça de alimentação e um mirante, o projeto parece mais uma ode ao desperdício do dinheiro público do que um benefício para a sociedade.
Esse parque é o retrato perfeito de um governo que perdeu o contato com a realidade. Em vez de priorizar casas populares para as famílias que realmente precisam, optam por uma praça faraônica que, na prática, será um playground exclusivo para quem já tem tudo. O argumento é sempre o mesmo: “desenvolvimento cultural”. Mas que cultura é essa que só serve aos milionários enquanto o povo sequer tem acesso às obras que, ironicamente, são financiadas pelo seu próprio bolso?
E o pior: a área é privada, pertencente aos barões da soja, que claramente poderiam arcar com qualquer obra de “lazer” que quisessem. Mas não. O lucro deles é preservado e o custo cai, como sempre, sobre o contribuinte. É um tapa na cara de quem paga impostos, um escárnio contra os cuiabanos, que só assistem ao seu dinheiro ser engolido pelo luxo de uma elite insaciável.
O Parque dos Bilionários não é um projeto. É uma afronta. Enquanto Cuiabá clama por investimentos reais, o governo decide pavimentar a exclusividade. R$ 79,7 milhões não são só um número. É o custo da nossa indignação. Um bilhete dourado para poucos e um lembrete diário de que a desigualdade no Mato Grosso é construída – e paga – pelo povo.