
A educação pública de Mato Grosso parece caminhar para o colapso, empurrada por decisões que desafiam a lógica e desrespeitam a dignidade dos profissionais da área. Sob a gestão de Mauro Mendes, denúncias de falta de transparência no processo de atribuição de aulas têm se multiplicado, evidenciando um cenário de exclusão e precarização. Professores experientes e qualificados estão sendo colocados à margem, enquanto bacharéis sem formação pedagógica, vinculados ao polêmico programa Ensina Brasil, ocupam suas vagas.
Esse quadro caótico é reforçado por medidas como a ausência de concursos públicos, a fragmentação das jornadas de trabalho e o enfraquecimento dos direitos dos docentes. Relatos de professores que perderam seus postos para profissionais de áreas como direito e engenharia mostram a profundidade do problema. Para piorar, as regras estabelecidas oficialmente são frequentemente atropeladas por comunicados improvisados, criando um ambiente de insegurança para educadores e alunos.
O impacto vai além dos corredores das escolas: há um apagão de profissionais qualificados na rede estadual. A precarização salarial e a meritocracia forçada só agravam o desinteresse pela carreira docente, enquanto a terceirização desenfreada desmonta o que resta do sistema educacional. Hoje, um professor de educação física pode se ver obrigado a ensinar espanhol, uma imagem que simboliza o desprezo pelo mérito e pela qualificação.
O Sintep-MT denuncia a desconexão entre as políticas educacionais e a realidade da sala de aula. Contratos precários, que mal chegam a 90 dias, deixam os docentes à deriva, sem direitos básicos. Enquanto isso, estudantes pagam o preço de uma gestão que transforma a educação em mercadoria, jogando a qualidade do ensino público na lama. Mato Grosso assiste, inerte, ao desmonte de sua própria história educacional.