Mauro Mendes, família Botelho e o BRT: um contrato para cimentar a paz?

O governador Mauro Mendes, num arroubo de decisão firme, rescindiu o contrato com o Consórcio BRT e saiu em busca de uma nova construtora para tocar a obra. Especula-se que ele tenha conversado com a Lotufo, a MT Sul, a Guaxe, a Jota Ele e a Nhambiquaras. Mas, curiosamente, apenas esta última – da família do ex-presidente da Assembleia Eduardo Botelho – se animou. As outras quatro, talvez prevendo o rolo judicial que vem por aí, agradeceram a lembrança e caíram fora. Já a Nhambiquaras, além de enxergar um belo contrato no horizonte, tinha um trunfo técnico: é a única entre elas que tem concreteira própria.

O curioso nessa história toda é que, quando Mauro Mendes anunciou a rescisão do contrato, o deputado Eduardo Botelho foi um dos primeiros a criticar a decisão. Falou grosso contra o rompimento, alertou sobre o risco de atrasos e disse que seria um desastre para a mobilidade de Cuiabá. Mas bastou uma semana – tempo recorde para mudanças de opinião na política – para Botelho se transformar em um entusiasta da nova contratação. Agora, defende com unhas e dentes que o governo acerte logo com uma nova empresa. O que será que causou essa súbita iluminação? Teria sido uma epifania sobre os benefícios do livre mercado ou a descoberta de que, no final das contas, o concreto pode cimentar mais do que apenas pistas?

A informação foi repassada a este blog por fontes com trânsito no setor da infraestrutura estadual e nos bastidores políticos, que acompanham de perto as movimentações do governo após a rescisão com o Consórcio BRT. Segundo essas fontes, a mudança de discurso de Botelho coincidiu com o interesse da Nhambiquaras, construtora de sua família, em assumir a obra. Coincidência ou alinhamento estratégico? Fica a pergunta no ar. Enquanto isso, o BRT segue sua trajetória incerta, ora como promessa de mobilidade, ora como ferramenta de reaproximação política.

Recommended Posts