
Cuiabá – 29 de janeiro de 2025
A juíza Fernanda Mayumi Kobayashi determinou o arquivamento do inquérito contra o jornalista Marco Polo de Freitas Pinheiro, acusado de injúria e difamação pelo empresário Ramon Monteagudo, proprietário do site Midianews, e pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes. A decisão reconheceu a decadência do direito de queixa-crime e extinguiu a punibilidade do jornalista.
O caso teve origem em mensagens compartilhadas em grupos de WhatsApp em 2021, nas quais Monteagudo foi retratado como um empresário da comunicação que evitaria publicar conteúdos negativos sobre o governo estadual em troca de verbas publicitárias. A crítica, interpretada como difamatória pelo dono do Midianews, motivou a denúncia.
Entretanto, a Justiça concluiu que as postagens continham, no máximo, um tom crítico e opinativo, sem evidências de crime contra a honra. Além disso, o próprio Monteagudo não ingressou com a ação dentro do prazo legal, resultando na perda do direito de representação.
No caso de Mauro Mendes, a juíza destacou que as mensagens não tinham como alvo direto o governador, mas sim a relação de sua gestão com a imprensa. Dessa forma, não havia elementos para sustentar um processo criminal em sua defesa.
A decisão expõe uma tentativa de figuras públicas de utilizar o Judiciário como ferramenta para silenciar jornalistas e evitar questionamentos sobre a proximidade entre veículos de comunicação e o governo estadual. Para especialistas, o arquivamento representa uma vitória da liberdade de imprensa e um alerta contra tentativas de censura disfarçadas de ações judiciais.
Com o encerramento do caso, Marco Polo de Freitas Pinheiro reafirma sua posição como um dos poucos jornalistas em Mato Grosso dispostos a desafiar o establishment político e midiático do estado.