
“A arte de terceirizar os erros e a culpa”.
O governador Mauro Mendes protagonizou nesta segunda-feira uma sequência de declarações polêmicas durante uma entrevista à rádio CBN, reafirmando sua postura autoritária e distante das reais necessidades da população. Em tom ameaçador, Mendes criticou as empreiteiras responsáveis pelas obras do BRT, dizendo que “o bicho vai pegar” caso os atrasos continuem. No entanto, ignora o fato de que o projeto já nasceu comprometido desde que ele decidiu abandonar o VLT, um modal que beneficiaria Cuiabá e Várzea Grande, e vender os vagões para a Bahia, como se o povo baiano merecesse o transporte que foi negado aos mato-grossenses.
Em outro momento da entrevista, Mendes tentou se isentar de responsabilidade sobre a convocação de policiais para reforço da segurança pública, transferindo a culpa para o secretário de Segurança Pública. A declaração soa como uma tentativa de fuga, evidenciando a dificuldade do governador em assumir suas responsabilidades. Para piorar, desqualificou a opinião do desembargador Orlando Perri, reconhecido especialista em sistema carcerário, tratando como “equivocada” sua visão sobre os mercados nas prisões.
A crise ambiental também entrou na pauta, mas Mendes culpou as chuvas pela destruição no Morro de Santo Antônio. Ele ignorou o impacto causado por máquinas enviadas por sua própria gestão, que devastaram a área do pé ao topo do morro. Essa narrativa, apresentada na rádio CBN, revela um governador que prefere criar desculpas do que enfrentar as consequências de suas ações ambientais desastrosas.
Enquanto isso, a postura ostentadora de Mendes continua sendo alvo de críticas. O governador e sua esposa desfilam em jatos particulares e participam de eventos fora de Mato Grosso, enquanto a população enfrenta a precariedade nos serviços básicos e sofre com o descaso em áreas prioritárias.
As declarações feitas hoje na CBN são uma mistura de soberba e covardia. Mendes desdenha especialistas, terceiriza responsabilidades e apresenta justificativas frágeis para problemas graves de sua gestão. Por trás da retórica de liderança firme, esconde-se um governante que foge de sua obrigação de enfrentar os verdadeiros desafios de Mato Grosso.