Flávia Moretti: a “nova política” que envelheceu em um mês

A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (MDB), chegou ao poder prometendo ser a renovação, o frescor de uma política cansada de velhas práticas. Mas bastaram algumas semanas no cargo para que sua gestão revelasse um roteiro já manjado: o do poder que se fecha em si mesmo, da política de compadrio, do personalismo e dos jogos internos que desidratam qualquer discurso de mudança. No ritmo que vai, seu governo será um caso de estudo sobre como o “novo” pode envelhecer antes mesmo de completar 100 dias.

A nomeação do marido, Carlos Alberto Araújo, para a Secretaria de Assuntos Estratégicos já acendeu o alerta: o sobrenome pesa mais do que o mérito. Para completar o quadro, sócios foram acomodados em secretarias estratégicas, e o vice-prefeito, Tião da Zaelli – peça-chave para sua vitória –, já se vê escanteado em brigas de vaidade e poder dignas das oligarquias mais tradicionais. Como se não bastasse, a prefeita ainda nomeou a própria irmã na Assembleia Legislativa, tornando a “renovação” um grande álbum de família.

Flávia Moretti prometeu romper com o passado, mas está apenas revivendo seus piores traços. O que seria um governo moderno e transparente já parece uma gestão embalsamada, paralisada pelo peso de suas próprias contradições. O problema da política brasileira não é a falta de caras novas, mas a facilidade com que elas se moldam às velhas fórmulas. Flávia entrou na prefeitura como promessa de mudança, mas se adaptou rápido demais ao que sempre criticou.

Se em apenas um mês a nova política virou peça de museu, o que esperar dos próximos quatro anos? No ritmo atual, a administração Moretti corre o risco de não apenas envelhecer, mas morrer antes mesmo de aprender a andar.

Recommended Posts