O atual Secretário da Casa Civil de Mato Grosso, Fabio Paulino Garcia, aparece no Quadro de Sócios e Administradores da empresa RGPAR – Participações e Consultoria Empresarial Ltda, sediada em Brasília e detentora de um capital social de R$ 27 milhões. A nomeação de Garcia como sócio-administrador levanta questionamentos sobre a compatibilidade de sua função pública com a administração de uma empresa privada, considerando que a legislação brasileira impõe restrições para evitar conflitos de interesse e assegurar a dedicação exclusiva ao serviço público.
Além da incompatibilidade legal, a gestão simultânea de um cargo estratégico no governo estadual e de uma empresa de grande porte em outra unidade da federação suscita dúvidas sobre como o secretário conciliaria ambas as responsabilidades. A complexidade de administrar uma holding de consultoria empresarial enquanto conduz a articulação política e administrativa do governo mato-grossense coloca em xeque a viabilidade prática dessa dupla atuação, além de demandar um esclarecimento público sobre o real envolvimento de Garcia na condução dos negócios.
O histórico empresarial do secretário e sua capacidade de gerir simultaneamente interesses públicos e privados tornam o caso ainda mais sensível. Em um cenário onde a transparência e a integridade da administração pública são cada vez mais exigidas, a presença de um alto membro do governo estadual como sócio-administrador de uma companhia milionária pode configurar não apenas um desafio ético, mas também uma possível irregularidade funcional, que demanda averiguação por parte dos órgãos competentes.
