
Os motoristas que utilizam a MT-320 foram surpreendidos por um escândalo de grandes proporções. Um aditivo contratual assinado no dia 2 de janeiro entre a Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), a concessionária Via Brasil e a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) trouxe mudanças que penalizam diretamente a população e beneficiam a empresa concessionária.
De acordo com a denúncia feita pelo deputado estadual Faissal Calil (Cidadania), o contrato foi prorrogado por mais cinco anos e meio, garantindo a cobrança de pedágio por impressionantes 35 anos. Além disso, a Via Brasil foi desobrigada de construir acostamentos, um item essencial para a segurança dos motoristas. Obras de melhoria também foram adiadas, e o Estado abriu mão da outorga variável, um pagamento anual de 1% da arrecadação da empresa, que agora simplesmente não precisa mais ser feito.
Faissal chamou o acordo de “aberração” e acusou a Via Brasil de estar lucrando de forma abusiva. Segundo ele, a empresa cresce 20% ao ano, com rendimento líquido de 30%, e não há justificativa para um suposto “desequilíbrio financeiro” que motivasse essas concessões do governo. O parlamentar prometeu agir para anular o contrato, classificando o aditivo como “só ruim para a população”.
Enquanto isso, os motoristas da região de Alta Floresta e demais usuários da rodovia seguem pagando pedágios cada vez mais caros sem garantia de segurança ou melhorias prometidas.