De Vice a Governador: O Caminho de Pivetta e o Destino de Mauro Mendes

A política mato-grossense nunca dorme, apenas se rearranja. Com 2026 no horizonte, as peças se movem em silêncio, e o tabuleiro de sucessão do governador Mauro Mendes começa a ganhar forma. O vice-governador Otaviano Pivetta surge como nome natural, repetindo a cartilha de Silval Barbosa, que um dia foi sombra e depois virou luz. O script já está escrito: Mauro renuncia no prazo certo, sai ao Senado e abre caminho para Pivetta, consolidando um projeto de poder que parece ter sido desenhado nos bastidores há muito tempo.

Mas um Senado só é grande para quem tem espaço, e a equação não fecha sem o Partido Liberal no jogo. A dobradinha Mauro Mendes e José Medeiros para o Senado é a chave para a travessia, garantindo que a chapa de Pivetta tenha musculatura e apoio popular. Essa engenharia política, no entanto, tem seus escombros: um nome, um legado e um ressentimento chamado Jayme Campos.

A relação entre Mauro Mendes, Pivetta e Jayme é feita de rusgas, ressentimentos e cálculos de validade. O estopim foi a operação da Deccor no DAE de Várzea Grande, que explodiu na reta final da eleição de 2024. Kalil Baracat, então prefeito e aliado de Jayme, naufragou nas urnas. O golpe final veio com a vitória de Flávia Moretti (PL), que teve como vice o ex-prefeito Tião da Zaelli. Para Mauro e Pivetta, a queda de Kalil foi um efeito colateral aceitável — mas para Jayme, foi uma guerra declarada.

Agora, o veterano Jayme Campos se vê cercado. Não está nos planos de Mauro, não tem espaço com Pivetta e vê a política se transformar sem que ele seja convidado para sentar à mesa. No fundo, essa é a grande ironia do poder: um dia você é rei, no outro, uma peça descartável. Os Campos, que por décadas dominaram o tabuleiro político de Mato Grosso, agora assistem a um jogo no qual não têm vez — e talvez nem voz.

A eleição de 2026 para o governo e seus aliados será mais do que uma disputa eleitoral; será uma luta entre grupos políticos, entre velhos caciques e os atuais inquilinos do poder. Otaviano Pivetta caminha para ser o herdeiro legítimo de Mauro Mendes, mas política é um jogo imprevisível — e um movimento errado pode transformar o rei em peão. O que vem por aí? Bem, como diria Maquiavel, “nada é mais volúvel do que o coração do povo e a sorte dos poderosos”.

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