Lotufo Engenharia leva obra de R$ 58,2 milhões no Parque Novo Mato Grosso, símbolo do apartheid social de Mauro Mendes

Mauro Mendes consolidou seu projeto de segregação social ao transformar o Parque Novo Mato Grosso na Casa Grande, deixando Cuiabá e Várzea Grande na senzala. Oficialmente vendido como um espaço de lazer e eventos, o parque é, na prática, um playground bilionário para a elite do agronegócio, financiado com dinheiro público. A mais recente fatia desse bolo veio em maio de 2024, quando a empresa Lotufo Engenharia e Construções Ltda. foi contratada por R$ 58.275.686,10 para cobrir o “Espaço Show” do parque. Uma estrutura para grandes espetáculos, mas que, ironicamente, exclui o verdadeiro espetáculo: o povo.

O contrato original, assinado em 27 de maio de 2024, já era um escárnio, mas a história não parou aí. Publicado no Diário Oficial de hoje (14 de fevereiro de 2025), um termo aditivo prorrogou o contrato por mais oito meses, de 11 de fevereiro de 2025 a 10 de outubro de 2025. Assim como tudo no Parque Novo Mato Grosso, a obra se arrasta e o orçamento segue aberto para futuras injeções de dinheiro público.

A assinatura do aditivo mantém o mesmo enredo: pela contratante, MT Participações e Projetos S.A. (MT-PAR), assina Wener Klesley dos Santos; pela contratada, Francisco Lotufo Neto. O documento justifica a prorrogação com base na Cláusula Quarta do contrato original e na Lei 13.303/2016, que permite estender contratos por até cinco anos. A justificativa técnica pode convencer quem lê o Diário Oficial, mas não quem enxerga a realidade.

O Parque Novo Mato Grosso se tornou o maior símbolo do apartheid social mato-grossense. Enquanto bairros populares enfrentam ruas esburacadas, falta d’água e transporte precário, milhões são despejados nessa estrutura faraônica que atende ao gosto e ao luxo dos barões do agronegócio. O mesmo governo que enterrou o VLT e proibiu os ribeirinhos de pescar agora constrói o templo do privilégio, um monumento à desigualdade.

Diante de mais esse capítulo, a pergunta que fica é: até quando Cuiabá vai aceitar ser transformada em senzala? Até quando o povo assistirá calado à construção da Casa Grande moderna, onde os ricos se divertem e os pobres pagam a conta? A resposta ainda não veio, mas o tempo do silêncio precisa acabar.

Investigação aponta que facção criminosa colocou advogadas para fiscalizar depoimentos de vítimas

A investigação da Gerência e da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco) sobre um esquema de extorsão contra comerciantes de Várzea Grande apurou que duas advogadas foram colocadas a serviço de uma facção criminosa para fiscalizar o depoimento de vítimas e testemunhas à Polícia Civil.

As duas profissionais foram alvos de mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, cumpridos na segunda-feira (10.2), durante a deflagração da Operação A César o que é de César. As advogadas também tiveram decretados o afastamento dos sigilos bancários.

A investigação da GCCO/Draco investiga o esquema, liderado por dois integrantes da facção, para extorquir comerciantes instalados no centro popular de comércio (camelódromo) de Várzea Grande, exigindo o pagamento de uma taxa de 5% sobre o faturamento mensal das lojas, sob a ameaça de terem seus estabelecimentos incendiados. A Polícia Civil iniciou a apuração em novembro do ano passado, após receber denúncias de que os comerciantes estavam sendo coagidos pelos criminosos.

As ameaças se estenderam ainda para que as vítimas e testemunhas fossem coagidas a serem acompanhadas pelas duas advogadas, durante oitivas na GCCO, sem que eles tivessem solicitado os serviços advocatícios. Desta forma, a GCCO também apura no inquérito policial o crime de embaraço à investigação.

A investigação apurou que os faccionados ameaçavam as vítimas dizendo que, caso fossem intimadas pela Polícia Civil, deveriam negar os fatos e anunciaram que seria enviado um advogado para acompanhá-las com o objetivo de impedir o livre depoimento.

O esquema de extorsão e ameaças é liderado pelo criminoso O.R, conhecido pelo apelido de Shelby. Ele e o principal comparsa foram presos durante a operação. O.R. se apresentava como “disciplina” da facção ao abordar os lojistas e, junto com os cúmplices, monitoravam as rotinas e mantinham presença constante nos estabelecimentos, sob o pretexto de oferecer “segurança”.

Diante da recusa das vítimas em fazer os pagamentos, o grupo recorria a ameaças de morte, violência física e incêndios criminosos contra os comerciantes, funcionários e familiares.

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Fonte: Policia Civil MT – MT

Fevereiro Roxo alerta para cuidados essenciais para Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer

O Fevereiro Roxo é um mês dedicado à conscientização de três condições de saúde que impactam milhares de pessoas e suas famílias: Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia. A campanha busca incentivar o diagnóstico precoce, promover informação sobre os tratamentos disponíveis e fortalecer a rede de apoio para pacientes e cuidadores.

O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do próprio corpo. Segundo o reumatologista Dr. Diego Logrado, a condição pode se manifestar de diferentes formas, com sintomas como lesões avermelhadas na pele especialmente no rosto, fotossensibilidade, queda de cabelo e artrite. Além disso, pode afetar órgãos como coração, pulmão e rins, o que torna o diagnóstico mais complexo, exigindo exames de sangue específicos.

Já a fibromialgia não é uma doença autoimune, mas sim uma síndrome caracterizada por dor crônica generalizada e amplificação da sensibilidade à dor. “O paciente com fibromialgia sente mais dor do que o normal. Além disso, a condição pode causar fadiga intensa, formigamento, dor de cabeça e sono não reparador. Embora não exija exames laboratoriais para diagnóstico, outras doenças, como problemas na tireoide e hanseníase, precisam ser descartadas”, explica o especialista.

Estudos mostram que cerca de 2% da população tem fibromialgia, mas entre pacientes com doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, esse número pode chegar a 10%.

Já o Alzheimer é uma das principais causas de demência e está associado à perda progressiva da memória recente, além de dificuldades de orientação e comunicação. “Muitas vezes, a pessoa começa a esquecer onde está, perde documentos ou se confunde em diálogos. Esses sinais podem surgir até 15 anos antes do diagnóstico clínico, que costuma ocorrer entre 60 e 65 anos”, explica o Dr. Altermar Lopes, médico neurologista.

A recomendação para prevenir ou retardar o avanço da doença inclui manter o cérebro ativo. “Atividades como leitura, palavras cruzadas e aprender novas habilidades ajudam a criar conexões cerebrais que protegem contra o Alzheimer”, acrescenta o especialista.

Seja para lúpus, fibromialgia ou Alzheimer, a detecção precoce é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. No caso do lúpus, um tratamento iniciado rapidamente pode reduzir o risco de sequelas permanentes. Já para a fibromialgia, um diagnóstico correto evita confusões com outras doenças e direciona o paciente para o tratamento mais adequado.

O primeiro passo para quem apresenta sintomas de alguma dessas doenças é procurar atendimento médico. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a unidade básica de saúde é a porta de entrada para avaliação inicial. Em casos suspeitos de lúpus, o paciente deve ser encaminhado a um reumatologista. Para fibromialgia, o médico generalista pode diagnosticar e iniciar o tratamento, encaminhando ao especialista se necessário. No Alzheimer, o neurologista é o profissional indicado para confirmar o diagnóstico e recomendar os cuidados adequados.

Fonte: Prefeitura de Rondonópolis – MT

Moradores de Várzea Grande têm oportunidade de cursar graduação EAD e gratuita

Interessados devem atender aos requisitos: concluído ensino médio, inscrito no Cadastro Único com renda per capita de até meio salário mínimo e não possuir outra graduação

A prefeitura de Várzea Grande, por meio da secretaria de Assistência Social, oferece uma oportunidade única para moradores do município que desejam cursar sua primeira graduação de forma gratuita e no formato de Ensino a Distância (EAD). A novidade é fruto de uma em parceria com o governo de Mato Grosso, via secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc), o Ministério Público do Estado de Mato Grosso e o Centro Universitário (Univag).

As inscrições para o vestibular estão abertas até esta quarta-feira, 12 de fevereiro, e os interessados devem atender aos requisitos como ter concluído o ensino médio, estar inscrito no Cadastro Único com renda per capita de até meio salário mínimo e não possuir outra graduação. O vestibular será realizado no dia 14 de fevereiro, às 15h, no Univag.

Estão sendo ofertados 11 cursos: Logística, Marketing, Gestão Pública, Comércio Exterior, Gestão Comercial, Pedagogia, Gestão Financeira, Ciências Contábeis, Processos Gerenciais, Administração de Empresas e Gestão de Recursos Humanos.

O secretário de Assistência Social, Gustavo Duarte, destaca a importância da iniciativa: “Essa é uma oportunidade de transformação de vida para muitos moradores de Várzea Grande. A educação é um caminho essencial para o crescimento profissional e social e estamos comprometidos em oferecer condições para que mais pessoas tenham acesso ao ensino superior”.

A supervisora de cursos da secretaria municipal, Rita Pizati, reforça o convite: “Queremos que todos que se enquadram nos requisitos aproveitem essa oportunidade. A graduação EAD permite flexibilidade para quem trabalha, ou tem outras responsabilidades, e o apoio das instituições envolvidas garante a qualidade do ensino”.

IMPORTANTE – Para fazer as inscrições para o vestibular e outras informações, os interessados podem entrar em contato pelos telefones: (65) 3688-8040, (65) 99229-3579 ou (65) 98433-0386.

Fonte: Prefeitura de Várzea Grande – MT

Em reunião com vereadores, vice-prefeito reafirma parceria e apresenta ações para melhorias no abastecimento

Em prol da população várzea-grandense, os dois poderes dialogaram sobre a crise hídrica em um esforço conjunto para busca de soluções

O vice-prefeito de Várzea Grande, Sebastião dos Reis Gonçalves (Tião da Zaeli/PL), e o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG), Sandro Azambuja, estiveram reunidos ontem (10) com os vereadores para dialogar sobre a crise hídrica do Município. Em pauta, ações emergenciais, apresentação do Comitê de Crise Hídrica e a prestação de contas ao Legislativo das ações já implementadas.

O vice-prefeito destacou que é importante manter a transparência com a Câmara, como também ouvir as sugestões dos parlamentares e tecer uma linha do tempo para comprovar que os problemas atuais, que afetam o abastecimento, derivam do sucateamento da autarquia, acumulado ao longo dos anos e não dos últimos 40 dias.

“Essa é uma reunião informativa para que os parlamentares possam entender o que nós estamos fazendo, como também para que eles possam apontar como podemos melhorar. Como resultado, temos várias sugestões positivas feitas pelos vereadores, afinal estamos todos no mesmo barco, pois todos fomos eleitos para servir ao povo”, pontuou Tião da Zaeli.

O presidente do DAE disse que, junto com os servidores da autarquia, está se esforçando dia e noite para normalizar o abastecimento e trazer confiabilidade ao sistema. “Estamos sendo cobrados pelos moradores, mas estamos nos esforçando ao máximo para normalizar todo atendimento com equipes trabalhando dia e noite. Infelizmente, houve diversos crimes de furto e vandalismo aos nossos equipamentos, fora o sucateamento, fatores que prejudicaram o povo várzea-grandense. Nossos esforços estão sendo redobrados para que tudo seja normalizado em breve”, disse Azambuja.

O presidente da Câmara Municipal, Wanderley Cerqueira (MDB), reconheceu que os problemas que comprometem o abastecimento na cidade são antigos. “O DAE tem uma dívida de R$ 500 milhões”. Ele destacou que é o papel da Câmara fiscalizar.

COMITÊ DE CRISE HÍDRICA – Diante dos recentes problemas que levaram ao colapso no abastecimento de água em toda a cidade, a prefeita Flávia Moretti determinou a criação de um Comitê de Crise para solucionar os transtornos e unir esforços de todas as secretarias municipais.

Para responder com agilidade às demandas da população, o Comitê de Crise definiu uma série de medidas emergenciais como: monitoramento e segurança em diversos pontos do DAE-VG, contratação de carros-pipas, instalação de sensores de segurança e transparência na informação repassada aos munícipes.

Fonte: Prefeitura de Várzea Grande – MT

Unemat abre seletivo de auxílio moradia e alimentação a alunos

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), anunciou a abertura do processo seletivo para a concessão de Auxílio Alimentação e Auxílio Moradia a estudantes dos seus cursos de graduação, contemplando inclusive o núcleo pedagógico de Rondonópolis.

O Auxílio Alimentação, no valor de R$ 300,00 por mês, tem por objetivo assegurar auxílio financeiro para complementação com despesas alimentícias do estudante matriculado em cursos de graduação presencial ou EAD, na Unemat, que apresente comprovada vulnerabilidade socioeconômica.
O Auxílio Moradia, no valor de R$ 400,00 por mês, tem por objetivo assegurar auxílio financeiro para complementação de despesas com moradia do estudante matriculado em cursos presenciais, na Unemat, que apresente comprovada vulnerabilidade socioeconômica, bem como que resida fora do domicílio de seus pais ou responsáveis.

Em toda a Unemat, o número total de Auxílios Alimentação e Auxílios Moradia, ofertados para o período letivo de 2025/1 será de 860, sendo 430 Auxílios Alimentação e 430 Auxílios Moradia, distribuídos proporcionalmente ao número de estudantes matriculados nos câmpus. Para o campus de Alto Araguaia, incluindo os núcleos pedagógicos de Rondonópolis e Jaciara, são 34 auxílios, sendo 17 para cada modalidade.

Entre os critérios necessários para requisitar o benefício estão possuir renda familiar bruta mensal por pessoa da família de até 1,5 salário-mínimo vigente (R$ 2.277,00) até a publicação do edital; não possuir vínculo empregatício ou ser proprietário de empresa; não residir em moradia estudantil subsidiada por órgãos públicos; ser emancipado comprovando essa situação com documento expedido por cartório ou certidão de casamento; além de outros.

Ressalta-se que não poderá pleitear a concessão dos Auxílios (Alimentação ou Moradia) o estudante que possui Bolsa Estágio (Estágio remunerado) oferecida pela Unemat ou por outras instituições públicas e/ou privadas durante a vigência. Os estudantes poderão pleitear ao mesmo tempo as duas modalidades de Auxílios (Alimentação e Moradia) previstas no edital.

PRAZOS – Para requisitar os Auxílios, as inscrições podem ser feitas de 04 a 23 de fevereiro. As inscrições deverão ser feitas, exclusivamente, por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), no Portal do Aluno da Unemat. O resultado da primeira etapa sai em 25 de fevereiro. O envio dos documentos será de 26 de fevereiro a 10 de março. O resultado da segunda etapa, no caso a análise documental, sai 24 de março. Já a terceira etapa com entrevista vai de 26/03/2025 a 02/04/2025. O resultado final é dia 07 de abril. A convocação sai nos dias 07 e 08 de abril.

Em caso de dúvidas, os alunos devem procurar o Centro de Assuntos Estudantis (CAEST) do campus. Vale ressaltar que o funcionamento da Unemat em Rondonópolis conta com o apoio da Prefeitura Municipal.

Fonte: Prefeitura de Rondonópolis – MT

Polícia Civil prende autor de assassinato em Sorriso e esclarece três crimes ocorridos em janeiro

Policiais da Delegacia de Sorriso cumpriram, nesta segunda-feira (10.02), mandados de prisão e de buscas contra o autor de um homicídio ocorrido há dez dias no município.

G.F.B., de 20 anos, teve a prisão preventiva decretada pela 1a Vara Criminal de Sorriso, após a investigação da Divisão de Homicídios identificá-lo como autor do assassinato de Gledson Cachone dos Reis, de 37 anos.

O crime foi registrado na noite do dia 31 de janeiro, no bairro Santa Clara. A vítima foi encontrada caída na rua, ao lado de uma bicicleta e o corpo tinha perfurações de arma cortante. Conforme a perícia no local, Gledson ainda tentou correr após ser atacado, mas caiu alguns metros depois.

Com o mandado cumprido contra de GF.B., a Polícia Civil esclareceu os três homicídios ocorridos no mês de janeiro em Sorriso, com as prisões de todos os autores, totalizando nove indiciados pelos crimes.

“O sucesso das investigações manteve o índice de elucidação dos crimes dolosos contra a vida em 100% no município e retirou do convívio social um indivíduo com longo histórico de envolvimento com o crime organizado’, pontuou o delegado Bruno França Ferreira.

Fonte: Policia Civil MT – MT

Trump cumpre a promessa, taxa aço e alumínio, e acende o alerta no agronegócio

O anúncio da aplicação de uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos gerou preocupações entre os exportadores, porque seus reflexos podem ir além do setor industrial, afetando também o agronegócio.

A decisão dos Estados Unidos de sobretaxar o aço e o alumínio pode parecer, à primeira vista, uma questão isolada da indústria siderúrgica. No entanto, seus efeitos podem se espalhar por diferentes setores da economia, incluindo o agronegócio, que depende de insumos e equipamentos derivados dessas matérias-primas.

Em 2024, as exportações do agronegócio dos Estados Unidos alcançaram US$ 164,4 bilhões. Os principais produtos exportados pelo agronegócio dos Estados Unidos em 2024 foram: Soja: US$ 53,9 bilhões, representando 32,8% do total exportado; Carnes: US$ 26,2 bilhões, 15,9% do total; Sucro-alcooleiro: US$ 19,7 bilhões, 12% do total exportado; Produtos florestais: US$ 17,3 bilhões, 10,5% do total; Café: US$ 12,3 bilhões, 7,5% do total exportado e Cereais, farinhas e preparações: US$ 10 bilhões, representando 6,1% do total exportado., segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A medida protecionista adotada pelo governo dos EUA levanta questionamentos sobre suas implicações para a competitividade do país e a relação comercial entre os dois mercados.

Embora a taxação a princípio se aplique diretamente ao aço e ao alumínio, os efeitos dessa política podem se espalhar para outras áreas da economia. Isso porque a cadeia produtiva agrícola brasileira depende significativamente de insumos e equipamentos que utilizam essas matérias-primas, como máquinas, silos, armazéns, estruturas metálicas para estufas e implementos agrícolas. Com o encarecimento do aço e do alumínio no mercado internacional, esses produtos podem sofrer aumento nos custos de produção, impactando diretamente o produtor rural.

Além disso, a possibilidade de retaliação comercial por parte do Brasil pode levar a uma escalada de restrições tarifárias em outros setores. O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar o princípio da reciprocidade, taxando produtos importados dos EUA, o que poderia afetar insumos agrícolas como fertilizantes, defensivos químicos e até produtos tecnológicos utilizados no campo.

Possíveis cenários para o agronegócio

  1. Aumento nos custos de produção: O encarecimento do aço e do alumínio pode refletir no preço de máquinas e equipamentos agrícolas, impactando diretamente o custo operacional do produtor rural brasileiro.
  2. Risco de retaliação e impactos no comércio bilateral: O Brasil exporta grandes volumes de carne bovina, soja, café e outras commodities para os Estados Unidos. Caso o governo brasileiro opte por uma resposta tarifária a setores estratégicos norte-americanos, há o risco de que o agronegócio acabe sendo envolvido em uma disputa comercial mais ampla.
  3. Busca por alternativas e diversificação de mercados: Diante da medida, o Brasil pode fortalecer relações comerciais com outros mercados consumidores de aço e alumínio, além de intensificar negociações no agronegócio com parceiros estratégicos como China, União Europeia e Oriente Médio.

PREOCUPAÇÃO – Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), comentou que os produtores rurais estão preocupados com a taxação do aço e do alumínio, porque, apesar de não atingir o setor diretamente, pode afetar a balança comercial entre os dois países.

“É preocupante que a taxação sobre o aço e o alumínio pelos Estados Unidos possa ser apenas o início de uma escalada de medidas protecionistas que afetem diretamente o Brasil e seu setor produtivo. O agronegócio brasileiro, que já depende de uma série de insumos e equipamentos importados, pode enfrentar custos elevados devido ao aumento no preço dessas matérias-primas. Máquinas, silos e implementos agrícolas são exemplos claros de produtos que podem se tornar mais caros, impactando a competitividade do setor.”

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“Além disso, o Brasil é um dos maiores fornecedores de commodities para os Estados Unidos, as exportações do agro corresponderam a 48,8% do comercializado pelo Brasil para os EUA. Se o governo brasileiro optar por retaliar essa medida com tarifas sobre produtos norte-americanos, corremos o risco de ver uma disputa comercial se intensificar. Produtos agrícolas como soja, carne bovina e café, que são exportados em grandes volumes para os EUA, podem ser prejudicados, afetando toda a cadeia do agronegócio”, disse Rezende.

“Estamos diante de um cenário complexo, onde o agronegócio, que já enfrenta desafios internos e externos, pode ser ainda mais afetado por decisões políticas de outros países. A diversificação de mercados e a busca por novas parcerias comerciais são essenciais para garantir a competitividade do setor. O Instituto do Agronegócio está atento e continuará acompanhando essas questões de perto, sempre buscando defender os interesses do produtor rural brasileiro”, frisou Isan.

Também preocupado com a situação o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, adotou um discurso pragmático, buscando uma resposta equilibrada que evite uma crise comercial, mas sem deixar de lado a possibilidade de retaliação. Uma lista de setores sujeitos a represálias começou a ser elaborada, incluindo o setor de produtos digitais, as chamadas “big techs”, formado por grandes empresas que exercem domínio no mercado de tecnologia e inovação, como a Apple, o Google, a Amazon, a Microsoft e a Meta.

O produtor rural brasileiro precisa estar atento às movimentações do mercado e às estratégias do governo para minimizar possíveis impactos negativos. A diversificação de mercados e a busca por novas oportunidades comerciais são caminhos que podem ajudar a mitigar riscos e garantir a competitividade do setor no cenário global.

Fonte: Pensar Agro

Carne de frango bate recorde em janeiro: 443 mil toneladas

As exportações brasileiras de carne de frango, incluindo tanto os produtos in natura quanto processados, alcançaram 443 mil toneladas em janeiro de 2025. Esse volume representou um aumento de 9,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o total foi de 404,9 mil toneladas. Com isso, o país estabeleceu um novo recorde histórico para o mês de janeiro, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em termos financeiros, as exportações geraram uma receita de R$ 4.776,6 milhões, um crescimento significativo de 20,9% quando comparado aos R$ 3.951,2 milhões registrados no mesmo período de 2024.

A China continuou a ser o principal destino da carne de frango brasileira, importando 44,3 mil toneladas, o que representou um aumento de 15% em relação ao ano passado. Outros mercados importantes também mostraram crescimento, como as Filipinas, com aumento de 39%, e a União Europeia, que registrou alta de 41%.

No cenário interno, o Paraná seguiu como o maior estado exportador, com 180,7 mil toneladas enviadas ao exterior, o que representou uma alta de 8,9% em relação a janeiro de 2024. Outros estados também destacaram-se, como Goiás, que obteve um expressivo crescimento de 21,1%.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou a continuidade da tendência positiva de exportações e mencionou expectativas favoráveis para o mês de fevereiro, com mercados como o México mostrando boas perspectivas devido à renovação de seu programa de segurança alimentar.

Fonte: Pensar Agro

Projeto propõe criação de política estadual de atenção integral à saúde das mulheres no climatério e na menopausa

Ondas de calor, insônia e perda de massa muscular são alguns dos sintomas que impactam a vida de mulheres durante o climatério e a menopausa. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida daquelas que vivenciam essa fase, foi apresentado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso o Projeto de Lei 95/2025, que prevê a criação de uma política estadual de atenção integral à saúde feminina.

O projeto é de autoria da deputada Janaina Riva (MDB) e foi proposto durante sessão plenária realizada na semana passada. Conforme o documento, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde das Mulheres no Climatério e na Menopausa tem o objetivo de promover ações de conscientização, orientação, prevenção e assistência à saúde das mulheres que se encontram nessa fase da vida, garantindo o acesso à informação, a qualificação do atendimento e o suporte necessário para garantir o seu bem-estar.

“A falta de informações adequadas e o acesso insuficiente a serviços de saúde especializados contribuem para o agravamento dos sintomas associados ao climatério e à menopausa. A implementação de uma política estadual específica busca suprir essas lacunas, promovendo a conscientização, qualificando o atendimento e oferecendo suporte efetivo às mulheres nessa fase”, afirma Janaina.

Entre as principais diretrizes da política estadual sugerida pela deputada, destacam-se a promoção de campanhas educativas e informativas sobre o climatério e a menopausa, enfatizando a importância da informação para a melhoria da qualidade de vida; a capacitação e atualização contínua de profissionais da saúde para realização de atendimento humanizado e especializado e a criação de grupos terapêuticos e redes de apoio às mulheres nessa fase.

O projeto trata de iniciativas que promovam a saúde física e mental da mulher que estiver no climatério ou menopausa

Também deverão ser garantidas a disponibilização de exames e tratamentos necessários ao diagnóstico e manejo das condições associadas ao climatério e à menopausa na rede pública de saúde; a facilitação do acesso a serviços multidisciplinares de saúde, incluindo ginecologia, endocrinologia, nutrição, psicologia e fisioterapia; e a implementação de práticas integrativas e complementares de saúde como alternativas para a melhoria da qualidade de vida das mulheres.

Desafios – Foi aos 51 anos que a jornalista Rosângela Milles começou a enfrentar os efeitos da menopausa. A dificuldade para dormir e o consequente cansaço a levaram a procurar ajuda médica. Diante dos desconfortos relatados, ela foi orientada a fazer reposição hormonal, no entanto não iniciou o tratamento de imediato.

“Eu tive uma certa resistência no início, mas a dificuldade para dormir foi ficando cada vez maior. Então eu resolvi estudar mais o assunto e, após um ano e meio, comecei o tratamento com progesterona e estradiol”, relata.

O resultado, segundo ela, foi a melhoria da qualidade de vida. “O sono melhorou bastante. Foi muito positivo”, avalia.

Esclarecimentos e tratamentos – O médico ginecologista e obstetra Júlio Cesar Filho informa que o diagnóstico de menopausa é feito após a mulher permanecer 12 meses sem menstruar. Já o climatério é uma fase da vida que inclui a menopausa e o período que a antecede, com a redução da função dos ovários.

Segundo ele, a menopausa ocorre entre 45 e 55 anos para a maioria das mulheres. Menopausa precoce é aquela que ocorre antes dos 40 anos.

“Podemos citar mais de 100 sintomas que acompanham a menopausa, como ondas de calor, redução da libido e perda de massa magra. Outro sintoma importante é a queda do estrogênio, que pode levar a um desenvolvimento futuro de osteopenia e osteoporose, que é a doença dos ossos. Isso porque o estrogênio é fundamental para fixar o cálcio no osso. Então, nós vemos como a reposição hormonal pode prevenir isso, claro, associada à prática de atividade física e uma alimentação adequada”, explica.

Segundo Júlio Cesar, há diversos tipos de tratamentos e, em alguns casos pode ser necessária a reposição de mais de um hormônio, como estrogênio e progesterona.

“Temos comprimidos para serem tomados por via oral; adesivos, que são trocados duas vezes na semana; gel, que deve ser aplicado em regiões específicas do corpo; e também os implantes, cujo uso tem beneficiado muitos pacientes. A indicação do tratamento depende de como essa mulher está. Temos que olhar a paciente como um todo: a sua saúde cardiovascular, se tem diabetes ou problemas na tireoide, se tem útero ou não”, frisa.

O ginecologista classifica como positiva a proposta de criação de uma política estadual voltada às mulheres na menopausa, principalmente no que se refere à propagação de divulgações e à disponibilização de tratamento à população mato-grossense.

“Precisamos muito disso. Espero que a criação dessa política estadual seja apenas o primeiro passo de muitos que virão. Vi que o projeto prevê também a instituição da semana estadual de conscientização sobre o climatério e a menopausa, a ser realizada na terceira semana de outubro, mês em que nós temos também a campanha do Outubro Rosa. Então, vai passar a ser um mês ainda mais importante para a saúde da mulher”, ressalta.

Fonte: ALMT – MT