
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, enfrenta duras críticas após anunciar o fim da distribuição de marmitas às pessoas em situação de rua. A decisão, comunicada durante uma visita às áreas de alta vulnerabilidade social da cidade, foi alvo de um contundente alerta feito pelo apresentador da Rádio Cultura, Antero Paes de Barros, em seu programa PNB Online. Para Antero, a medida não só evidencia uma gestão desumana, como também afronta os princípios cristãos que o próprio prefeito afirma defender.
“Se o prefeito Abílio Brunini tirar a comida daqueles que mais precisam, ele estará indo contra os ensinamentos de Cristo, que disse: ‘Tive fome e não me destes de comer’. Como um gestor que se diz evangélico pode tomar uma atitude dessas?”, questionou Antero em tom indignado.
A medida, que retira o único meio de subsistência de centenas de moradores em situação de rua, foi classificada como abrupta e desastrosa. Segundo o apresentador, a decisão deveria ser precedida por ações concretas, como a criação de cozinhas comunitárias ou centros de acolhimento que oferecessem estrutura adequada antes de cortar a distribuição de marmitas. “Não se pode acabar com algo tão essencial sem apresentar uma alternativa viável. A fome não espera. Isso não é política de choque, é política de descaso”, afirmou.
A repercussão do caso não para por aí. Antero também destacou que o desmonte de programas sociais, como o tradicional Simenina, expõe uma falta de compromisso com iniciativas que têm histórico de sucesso em Cuiabá, como a prevenção da gravidez na adolescência. “Respeitem nossas adolescentes, respeitem nossas crianças. Não destruam o que deu certo”, alertou o jornalista, referindo-se ao projeto que passou por várias gestões e manteve resultados positivos.
Enquanto o prefeito tenta justificar suas ações, a pressão da sociedade civil e de lideranças políticas aumenta. Abílio Brunini corre o risco de ser lembrado não como o gestor que prometeu organizar Cuiabá, mas como aquele que virou as costas para os mais pobres e vulneráveis. Afinal, uma cidade que deixa seus cidadãos com fome também abandona seus princípios de humanidade.