Abílio autoriza aumento do IPTU e Diário Oficial já publica comissão que vai conduzir o reajuste em Cuiabá

O prefeito Abílio Brunini (PL) voltou a acionar uma bomba tributária contra o contribuinte cuiabano. Por meio da Portaria nº 1.748/2025, assinada pelo secretário de Economia Marcelo Bussiki, a gestão criou uma comissão para “atualizar os valores venais dos imóveis” — o primeiro passo para elevar o IPTU já a partir de 2026.

A manobra é praticamente idêntica à que o Ministério Público Estadual derrubou em 2023, quando a ADI contra a Lei nº 6.895/2023 impediu a revisão da Planta de Valores Genéricos (PVG) proposta pela gestão Emanuel Pinheiro. Na época, o MPE alertou que elevar o valor venal sem debate e sem estudos transparentes é aumento de imposto disfarçado — o que agora parece se repetir, só que com linguagem mais técnica para mascarar o impacto no bolso da população.

Desta vez, porém, o Executivo formou uma comissão sem representação popular: apenas membros do poder público e do setor imobiliário e da construção civil, excluindo associações de bairro e movimentos comunitários. A medida levanta suspeita de que os interesses do mercado podem estar guiando a revisão da base tributária, e não o interesse público.

Com prazo de apenas 30 dias, o processo soa apressado e pouco transparente. Caso siga o padrão rejeitado pelo próprio Ministério Público, bairros de classe média e áreas valorizadas devem ser os mais penalizados, empurrando milhares de famílias para um IPTU mais caro num momento de crise fiscal e queda de arrecadação municipal.

Abílio ressuscita, assim, uma pauta que já havia sido sepultada: até onde vai o uso da desculpa de “atualização técnica” para impor aumento de imposto sem diálogo com a cidade? Cuiabá volta a ser alertada — o governo municipal abre caminho para um pacote de reajustes silenciosos, enquanto a população segue fora da mesa e dentro da conta.

Presidente do Sinjusmat acusa Fabinho Garcia de mentiroso três vezes e diz que ele “vai ganhar música no Fantástico”

O clima esquentou na relação entre o governo Mauro Mendes e os servidores do Judiciário. O presidente do Sinjusmat, Rosenwal Rodrigues, rebateu duramente as falas do secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, e o chamou de mentiroso três vezes ao contestar declarações sobre salários e impacto financeiro do reajuste dos servidores.

Segundo Rosenwal, Fabinho mentiu ao inflar a média salarial dos servidores do Judiciário para R$ 22 mil, quando o valor correto seria de R$ 10.113,53, e também ao afirmar que o projeto de reajuste teria impacto de R$ 1,6 bilhão, quando, de acordo com o sindicato, o valor real seria de R$ 42 milhões. O líder sindical ironizou dizendo que o secretário “vai ganhar música no Fantástico” por mentir repetidas vezes e aconselhou Fabinho a “honrar os votos que teve” e retornar ao Congresso, em vez de atacar os servidores do Judiciário .

23ª operação policial por corrupção atinge governo Mauro Mendes e revela desvio milionário na saúde de MT

A 23ª operação policial contra esquemas de corrupção envolvendo a gestão estadual de Mato Grosso voltou a expor suspeitas graves dentro da máquina pública. Deflagrada nesta terça-feira pela Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública (Deccor), a Operação Fio de Aço apura um suposto esquema milionário de superfaturamento em cirurgias custeadas com recursos da saúde estadual. Conforme as investigações, grupos empresariais e médicos teriam simulado concorrência e direcionado contratos para desviar verbas públicas destinadas a procedimentos cirúrgicos.

A ação cumpre mandados em Cuiabá e atinge diretamente estruturas ligadas à Secretaria de Estado de Saúde. O esquema, segundo a polícia, fraudava contratações e beneficiava empresas e profissionais com pagamentos acima do valor real, enquanto pacientes enfrentam filas e esperam por cirurgias essenciais na rede pública. Com mais esse capítulo, o governo Mauro Mendes chega à marca de 23 operações policiais desde o início da gestão, consolidando um cenário de sucessivas denúncias, desgaste político e questionamentos sobre transparência na aplicação dos recursos públicos.

Abílio autoriza aumento do IPTU, recria taxa de lixo e sobe taxa funerária: Cuiabá sente o peso do “prefeito das taxas”

O primeiro ano da gestão Abílio Brunini em Cuiabá vem sendo marcado por uma agenda tributária pesada sobre a população. Depois de recriar a taxa de lixo, autorizar o aumento da taxa funerária e encaminhar medidas para elevar o IPTU — movimento já formalizado com a comissão instalada para revisar valores imobiliários — o prefeito consolida a imagem de um gestor que sufoca o contribuinte com novas taxas e alta de impostos. Enquanto a cidade enfrenta problemas crônicos em áreas essenciais como saúde, infraestrutura e manutenção urbana, o governo municipal escolhe pressionar ainda mais o bolso do cidadão, acumulando desgaste e críticas em meio a uma administração já considerada caótica e distante das prioridades do povo.

Parque do Apartheid Social: Mauro Mendes força “popularização” de autódromo erguido com dinheiro público para elite da soja com 25 mil ingressos doados como Migalhas.

Quando a história política de Mato Grosso for revisitada, o Parque Novo Mato Grosso — já batizado nas ruas e redes como Parque dos Bilionários — será lembrado como o monumento máximo da megalomania pública financiada com suor popular. Uma obra faraônica, empurrada goela abaixo da sociedade sem debate honesto, que consumiu mais de R$ 3 bilhões do bolso do contribuinte para virar vitrine de ostentação e palco dos barões da soja.

E agora, diante da realidade que se impõe — estruturas gigantes, vazias e distantes do povo — o governador Mauro Mendes tenta desesperadamente provar que o parque é útil. A última jogada? Pagar 25 mil ingressos de Stock Car para distribuir ao público, como quem compra aplauso com dinheiro alheio. Uma tentativa artificial e cara de dar vida a um projeto que nasceu elitista, foi concebido para poucos e hoje agoniza no constrangimento do fracasso.

Essa doação forçada não é generosidade, é desespero. Não é benefício ao povo, é propaganda. Não é política pública, é marketing com dinheiro público — novamente. O governo parece confundir gestão com pirotecnia; investimento com espetáculo; prioridade social com delírio concreto.

O retrato é cruel: enquanto hospitais enfrentam filas e falta de medicamentos, enquanto segurança pública patina e professores lutam por estrutura digna, o Estado empilha milhões e milhões em um autódromo que poderia muito bem ser o maior símbolo do apartheid social mato-grossense. O povo financia, a elite usufrui. Uma inversão moral e política que explica, talvez, porque o governo precisou agora inventar “corrida para o povo assistir”, como se a imagem pública tivesse que ser salva às pressas antes que o gigantismo ocioso se tornasse insustentável até no discurso oficial.

A verdade é simples: se o parque fosse um sucesso, não precisaria de campanhas apressadas, ingressos “patrocinados” e narrativas forçadas. O sucesso não se compra — se comprova. E até agora, o que se comprova é que Mato Grosso enterrou bilhões num projeto que beneficia uma minoria privilegiada e sufoca o orçamento público enquanto as necessidades reais ficam para depois.

O Parque Novo Mato Grosso já nasce como símbolo do distanciamento entre governo e povo. O problema é que o buraco não é apenas na terra — é nas prioridades, nos cofres públicos e no projeto de Estado. Em vez de ser o legado sonhado pela elite palaciana, corre o risco de se tornar o maior elefante branco já construído no Centro-Oeste, com o nome do governador Mauro Mendes cravado na placa de responsabilidade.

Porque obra pública não se mede pelo tamanho, mas pelo retorno social. E nesse caso, Mato Grosso aprendeu da forma mais cara possível que o luxo de poucos pode custar a dignidade de muitos.

Sérgio Ricardo é empossado e vai conduzir TCE no biênio 26/27

O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, tomou posse para mais um mandato à frente da instituição durante sessão especial nesta terça-feira (4). 

Reconduzido ao cargo para o biênio 2026/2027, ele presidirá a 58ª Mesa Diretora, composta também pelos conselheiros Waldir Teis, como vice-presidente, e Guilherme Antonio Maluf, como corregedor-geral. “Meu compromisso é continuar trabalhando, ajudando a construir um Mato Grosso melhor. Estamos fazendo história, orientando pessoas e mostrando como se pode auxiliar a construir um estado com políticas públicas, não ficando apenas no papel de fiscalizador. Um dia isso será lembrado como fundamental para o crescimento de uma das regiões mais fantásticas do Brasil, que é Mato Grosso”, afirmou Sérgio Ricardo. O presidente também agradeceu à família, aos colegas conselheiros e ao corpo de servidores.

“O Tribunal evoluiu e vem tendo cada dia mais respeito da sociedade mato-grossense pelo trabalho que faz e pelas discussões sobre as desigualdades. Eu sou apenas uma parte desse trabalho, mas, juntando-me a todos os senhores e senhoras, fazemos parte de um grande todo, de um Tribunal que é motivo de orgulho para o País.” A eleição, realizada em junho, foi unânime e marcou a primeira reeleição na história do Tribunal. 

O novo mandato, que terá início em 1º de janeiro de 2026, reafirma a confiança dos pares na condução de Sérgio Ricardo. 

Essa continuidade foi destacada durante a solenidade de posse, quando os conselheiros parabenizaram o presidente pela recondução e ressaltaram a relevância do trabalho desenvolvido à frente do órgão. “O presidente tem feito um grande trabalho pela nossa instituição, um trabalho eficiente, efetivo e que vem sendo reconhecido pela sociedade mato-grossense e por todo o sistema dos Tribunais de Contas”, disse José Carlos Novelli. “Tenho certeza de que o senhor fará uma gestão ainda melhor do que a que já vem praticando”, acrescentou Maluf.

🚨 Operação Fio de Aço e SES/MT

DINHEIRO PÚBLICO EM RISCO: Polícia Civil Mira Fraudes Milionárias na Saúde do Governo Mauro Mendes com Esquema de ‘Superfaturamento Cirúrgico’

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Operação Fio de Aço, desmantelou um esquema milionário de fraudes em contratos de procedimentos médico-hospitalares, atingindo a gestão da Secretaria Estadual de Saúde (SES/MT) do governo Mauro Mendes. As investigações indicam que empresas do ramo simulavam concorrência em licitações para direcionar contratações e inflar orçamentos de serviços essenciais, como cirurgias. A fraude envolve o uso de “empresas-fantasma” para dar legalidade a pagamentos superfaturados que, na verdade, desviaram recursos que deveriam ser aplicados diretamente no atendimento aos cidadãos.

O nome da operação, “Fio de Aço”, faz alusão ao material cirúrgico, metaforizando a forma como os investigadores puxaram a ponta de um emaranhado de empresas ligadas por um “fio comum”. Embora a SES/MT seja o órgão gestor responsável pelos contratos investigados, o foco da Polícia Civil, neste momento, é nos proprietários, gestores e médicos que se beneficiaram diretamente do esquema. O Governador Mauro Mendes tem sido cobrado por rigor e transparência em todas as unidades de saúde, especialmente diante de outros recentes escândalos na área.

Edital recém-publicado e doações já garantidas? Governo acelera no discurso e levanta poeira na transparência.

Saiu hoje no Diário Oficial o chamamento público para selecionar “parceiro privado” disposto a doar ingressos para eventos no Parque Novo Mato Grosso — e, por coincidência ou não, o governador já anunciou com pompa e urgência a distribuição de 25 mil ingressos para a Stock Car. A pergunta que fica no ar é inevitável: será que esse chamamento tão recente já tem interessados tão generosos assim, ou estamos assistindo a mais um enredo pronto, daqueles que entram no circuito com motor ligado e bandeira verde antes mesmo de largar?

Tudo, claro, sob o discurso de que o parque é “do povo” — embora construído com recursos públicos e administrado, na prática, por gigantes do agronegócio. O governo fala em democratizar o acesso. Mas Cuiabá observa, com cautela, se o verdadeiro pit stop aqui é social… ou político. Porque, no Mato Grosso de hoje, ingresso grátis pode custar muito caro ao contribuinte amanhã.

Hospital Infantil de Cuiabá alaga na primeira chuva e expõe desastre da gestão Abílio; influencer Giselly Fortes denuncia obra de péssima qualidade

Nota jornalística:
A primeira chuva forte da temporada foi suficiente para transformar o Hospital Infantil de Cuiabá em um cenário de caos, com corredores alagados e estrutura comprometida — uma vergonha que escancara a precariedade das obras realizadas pela atual gestão do prefeito Abílio Brunini. A reforma, anunciada como símbolo de modernização, não resistiu nem ao primeiro teste da natureza, revelando falta de planejamento, execução de baixa qualidade e total descaso com a população que depende da saúde pública municipal.

Quem trouxe a verdade à tona foi a influencer Giselly Fortes, que registrou e denunciou o alagamento nas redes sociais, fazendo o que a prefeitura falhou em fazer: mostrar a realidade e cobrar respeito ao cidadão. Enquanto a gestão Abílio tenta maquiar problemas e vender propaganda de “nova Cuiabá”, a chuva jogou água — e lama — no discurso oficial. A capital merece mais do que obras mal feitas e marketing político; merece competência, transparência e responsabilidade com a vida das pessoas.

VEJA O VIDEO

Marilena Chaui disseca o papel da classe média: “sonha com a elite, teme o povo e reproduz a ideologia dominante”

Em uma reflexão contundente sobre a estrutura social no capitalismo, a filósofa Marilena Chaui afirma que a sociedade é organizada fundamentalmente entre burguesia — senhora do capital — e trabalhadores, responsáveis pela produção de mais-valia. Nesse cenário, destaca a existência de uma terceira camada: a classe média, que, segundo ela, não detém capital nem produz valor excedente, mas desempenha funções centrais na reprodução do sistema. Para Chaui, a classe média opera como “correia de transmissão” da ideologia da classe dominante, disseminando seus valores por meio da educação, da imprensa e da cultura, apresentando-os como verdades universais.

A intelectual também aponta um conflito psicológico permanente neste estrato social: o sonho de ascender à burguesia e o medo de cair na condição de trabalhador. Esse binômio, segundo Chaui, leva a classe média a bajular os donos do poder e a hostilizar os mais pobres, buscando afirmar sua distância dos dominados e sua proximidade simbólica com os dominantes. “Ela sonha subir e teme cair. Ela é odiosa”, sintetiza, ao criticar o papel ideológico e político que esse segmento exerce na manutenção da desigualdade e da ordem vigente.